terça-feira, outubro 26, 2010

Fechamentos

Terminar um livro é sempre uma coisa boa.
Tenho ao mesmo tempo uma certa nostalgia de saber que agora que está terminado, não vai continuar, e também a sensação de que agora sim a história está completa.
Tenho lido muito pouco nos últimos anos, mas já estou em busca de novas leituras. Desta vez terminei um livro que é o último de uma sequência de livros. O livro chama-se Torre Negra do autor Stephen King, que finaliza a grande história de mesmo nome.
Gosto muito da narrativa de Stephen King, e estes não são os primeiros ( e nem devem ser os últimos) livros dele que leio. Mas isso realmente não importa. Estava fazendo os cálculos e devo ter levado cerca de 5 anos para ler a sequência completa da Torre. Isso se deu por vários motivos, desde os livros eram emprestados, logo dependia do dono para poder ler eles, até o fato de o último livro da série ter sido lançado em 2007. O livro é inspirado em um poema de Robert Browning intitulado "Childe Roland à Torre Negra Chegou". O livro e a saga de Roland terminaram para mim, e tudo que tenho a dizer é que terminaram da forma que iniciaram, surpreendentemente e da melhor forma possível. Então para deixar um gostinho, deixo alguns trechos da obra que inspirou a obra.


Childe Roland à Torre Negra Chegou

I
Primeiro pensei: ele mentia a cada sentença
O coxo encarnecido, com olhos cheios de malícia
Ávidos por ver nos meus de sua mentira a perícia
E com a boca sem conter a alegria intensa
Que repuxava seus cantos na crença
De que o predador outra vez se sacia
...
IV
Enquanto outros debatem junto às covas
Se há espaço para o caixão e que hora
É a mais apropriada para leva-lo embora,
Sem esquecer dos estandartes, hino e estolas,
O homem ouve cada uma dessas estórias
E, respeitando tanta candura, quer partir sem demora.
...
IX
Por Deus! Logo assim que me encontrei
Jurado à planície, após não mais que uma passada,
Parei para um último olhar à segurança da estrada
E nada mais havia, só a planura cinza avistei
Nada senão a vastidão sob o céu do astro rei.
Sem mais a fazer, decidi seguir a caminhada.
...
XXXI
E se a própria Torre estivesse no centro?
Redonda e atarracada, cega como um coração rasteiro,
Feita de pedra marrom, sem igual no mundo inteiro.
O elfo, caçoando da tempestade que ronda,
Aponta ao timoneiro o banco que ninguém sonda.
Ele aponta, por pouco não rompendo do casco o madeiro.
...
XXXIV
Ali estavam eles, pelos lados dos montes, unidos
Para assistir meu fim. Eu, uma moldura animada
Para mais um quadro! Numa súbita labareda
Eu os vi e reconheci a todos. E, destemido,
Deixei meu lábios formarem um branido:
"Childe Rolan à Torre Negra chegou", foi minha chamada

2 comentários:

Luiza disse...

também tenho esta sensação quando termino um livro bom. Livros que eu realmente gosto, nunca consigo terminar para que eles não "morram"... faz sentido? não sei, para mim faz.. :)

gostei muito do poema!
bjs

Karen disse...

Faz todo o sentido...