Caindo e caindo.....
Então a queda parece mais suave. Mais leve. Ela abre os olhos. O lugar é estranho. É desconfortável e familiar estar aqui. Sempre esta mesma sensação quando ela vem aqui. Tudo é cinzento, mas de certa forma aveludado como em um sonho, ela sabe que em pouco tempo as coisas terão cores. Aliás, isso é um sonho? Ela sempre se pergunta que lugar é este. Chegou a pensar várias vezes que estava louca. Desistiu de conversar com alguém sobre isso. Nunca ninguém entende. Engraçado como eu só venho aqui quando as coisas não estão bem. Pensou em diversas origens deste lugar. A primeira coisa que sempre lhe passa pela cabeça é que tudo não passa de um sonho, já que sempre acontece quando ela está dormindo, ou sonolenta. Certa vez alguém lhe disse que eram experiências extra-corpóreas. Chegou a pensar que talvez fosse uma maneira que seu corpo encontrou de fazê-la entrar no seu subconsciente. Se esse é meu subconsciente eu estou mesmo ferrada. E sorri ao pensamento. As coisas já tomaram um pouco mais de cor, mas é como se fosse um mundo de sombras. Sombras coloridas que ao longe parecem tão brilhantes. Sombras escuras que parecem sempre surgir no canto do olho e somem quando se tenta segui-las com o olhar. Seja o que for este lugar eu tenho que estar aqui. Tenta se habituar a caminhar, sempre é estranho. É como caminhar em uma pilha de colchões. As sombras passam por ela. Não é hora de ter medo. Nada vai me acontecer. Continua andando, agora vai ficando mais fácil. Queria ter um guia. Queria que alguém estivesse aqui comigo. Mas ela sabe que quem ela queria que estivesse ali não vai mais estar. Ela continua andando. O medo é crescente. A sensação de vazio está ainda mais presente. É angustiante ficar ali, ela quer ir embora, mas sabe que tem que ficar. Não é um lugar comum. É como estar dentro de uma pintura infantil. Uma pintura infantil de um filme de terror. As cores não combinam, nada parece fazer sentido. Há sombras que lembram árvores, mas passam uma sensação estranha e possuem um brilho próprio. O chão muda de textura a todo o momento, como se não soubesse exatamente o que quer ser. Mas quem pode culpa-lo, eu também não sei.
Apesar da crescente angústia, ela sabe que o que ela veio ver está um pouco mais a sua frente. Ela nunca entendeu como sabe que direção tomar, mas tem a impressão que qualquer direção que ela siga vai encontrar o que procura. Ou isso vai me encontrar. Então tudo começa a ficar mais cinza, como se a estranha luz do lugar estivesse sendo sugada. Ela sabe porque. Anda um pouco mais, e a luz parece desaparecer. Na verdade não é que a luz sumisse. Mas como se uma luz escura sobrepusesse a luz clara. Ela sabe que está chegando perto. É aqui. Uma enorme barreira negra está a sua frente. Não é possível ver o início ou o final desta barreira. Parece uma redoma gigante. E eu tenho que ultrapassá-la. Apesar do medo, e da insegurança de não saber o que há do outro lado. Ela estende a mão, seus dedos quase tocando a superfície escura. O frio toma conta de seu corpo, e a escuridão já é total novamente, ela fecha os olhos...
2 comentários:
lindo!!! texto muito bom, sensível e cheio de suspense!
Mas, honestamente, lindo mesmo é eu ter conseguido rir depois... (desculpa, mas que eu sinto um alívio, sinto)!
"If I could make it through, you can make it too".
;) beijos, flor!
O TiaKaren!
Bota eu na historia!!!
Hheuaheauehauehauehaueh
Vc falou em guia, teria guia mais creepy e esquisito?
hUheuaheauHeUHAeuAHeUHE
Mas, serio agora, bom conto...
Querendo bater outro daqueles papos, vc sabe que eu adoro!
Boa Sorte, não sei se terminou, mas to esperando a parte IV!
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