terça-feira, junho 15, 2010

O Encontro

Parte I

O despertador toca, ela abre os olhos, estende o braço e aperta o botão que faz parar aquele som irritante. 6 horas ela pensa. Fica um pouco mais deitada na cama. O despertador não a acordou. Ficou acordada quase a noite toda. Só pequenos períodos de sonhos conturbados.
Foi só um sonho ela pensa. Tem que levantar. Afasta as cobertas, sente-se quente, mas o frio do quarto a alivia. Foi só um pesadelo ela pensa de novo, ficando em pé e indo em direção ao banheiro. Ela olha diretamente para frente, fixa o olhar na porta branca. Ela não quer olhar para os lados. Não quer ver o que tem a sua volta.
Ela abre a porta, não acende a luz, ficando no breu de frente para a pia. Abre a torneira e joga a água fria no rosto. Sente o gelado da água, mas não se importa. Foi só um sonho, e a água fria escorre do seu rosto. Ela levanta o rosto, e se olha no espelho mesmo no escuro. A realidade a atinge como um soco na boca do estômago. Por um instante ela perde o ar. Não foi um sonho. Não foi um pesadelo. É real. As lágrimas se confundem com a água que escorre do seu rosto.
Ela deseja que tivesse sido só um sonho.

Um comentário:

JOVV disse...

Estava lendo este teu lindo texto, e lembrei de uma música de Gonzaguinha, chama-se o Começo, conta a história de um homem que fica só, vale à pena lembrar: O Começo
Gonzaguinha
Composição: Gonzaguinha
As paredes do quarto ainda derramam
As história de um tempo que o vento levou
Sobre um corpo de um homem deitado na cama
Olhar preso no teto buscando uma chama
Pois na sua cabeça a lembrança da festa
É o fogo que resta no seu coração
E ele espera a boa noite e o beijo
Pra poder dormir santo, salvo e são
E amanhã de manhã vai pedir um bom-dia
Pra se olhando no espelho
Vai sair sem ouvir o conselho
Pra tomar cuidado e não se aborrecer
Vai ligar do trabalho e sentir
O telefone tocando, chamando, chamando
Vai sair da batalha e se impacientar
Pois está mais depressa em casa
Querendo chegar
Mais vai se perguntar: vou chegar
Mas onde, por que, pra quem e pra quê?
Se eu não tenho hora e sem hora (senhora)
Não dar mais pra viver...